Com elementos que traduzem o que há de melhor nos territórios, o Rio de Janeiro oferece, além dos tradicionais pontos turísticos, uma variedade de atrações culturais nas favelas espalhadas pela cidade, e que você precisa conhecer! Opções não faltam para quem quer fazer um passeio “de cria”, exaltando iniciativas e histórias inspiradoras que apresentam diferentes cenários de um mesmo lugar – o nosso amado Rio.
Para potencializar o trabalho já feito na região, é ideal que as visitas sejam feitas com apoio de guias locais cadastrados, além de associações ou projetos que recebam o público. Aperte o play nesse “rolé”!
VIDIGAL
Polo de desenvolvimento cultural, o Vidigal é reconhecido pelo trabalho social que levou milhares de jovens a pisarem nos teatros do Brasil e do mundo. Do projeto “Nós do Morro”, nomes como Roberta Rodrigues, Thiago Martins, Marcello Melo Jr e Jonathan Azevedo. Sem contar nas visitas de astros internacionais, como David Beckham, Kanye West e Queen Latifah.
É do alto da favela que desponta uma das vistas mais bonitas. Do “topo” do VDG (sigla de Vidigal), é possível avistar as praias do Leblon, Ipanema e Arpoador, além do azul do mar que hipnotiza pela imensidão. Mesmo quem é “cria” fica deslumbrado com a beleza do lugar! Para chegar ao Mirante, viagens de moto-táxi ou a subida em uma kombi circular da região.
Para aqueles que quiserem esticar até o final do dia e aproveitar o pôr do sol, a dica é o Bar da Laje – que já se tornou um dos queridinhos do Rio. Por lá, petiscos tipicamente cariocas, drinques e música ao vivo. Com um ambiente aberto e agradável, o Bar da Laje @bardalaje é a pedida certa para um final de dia. Mais carioca, impossível!
O público pode visitar ainda a Praia do Vidigal e o Parque Ecológico do Sitiê @parque_instituto_sitie.
Aproveite a ida e se programe para conhecer o Mirante do Arvrão, hotel, restaurante e bar, que oferece diversas opções para todos os gostos: feijoada, comida de boteco, frutos do mar, massas, entre outros – a Feijoada do Mirante foi eleita a melhor do Rio pela Veja em 2023 , e a Trilha dos Dois irmãos, com a ajuda dos guias locais da empresa de mesmo nome ‘Trilha Dois Irmãos’, que não apenas levam na trilha, mas fazem todo um tour pela favela.
#UmCriaPraGuiar:
Para informações sobre o local e visitas guiadas: @favelatourvidigal.
Como chegar: Consulte o app Moovit para obter a melhor opção de trajeto até a entrada do Vidigal, (Av. Pres. João Goulart, 920) e depois escolher entre kombi ou mototáxi para subir até o mirante.
SANTA MARTA
Se você quer uma vista 360 graus do Rio, a escolha certa é o Santa Marta! A favela, que fica no Morro Dona Marta, divide espaço com o bairro de Botafogo, zona sul da cidade. Das casinhas coloridas que parecem – e são – uma moldura, vê-se o Cristo Redentor “de pertinho”. E não para por aí: do outro lado da comunidade, figuram o Pão de Açúcar e a Praia de Botafogo, além de ser possível contemplar a Lagoa Rodrigo de Freitas.
A favela está no imaginário coletivo internacional, já que em 1996, o cantor e compositor Michael Jackson, gravou cenas do clipe de “They Don’t Care About Us” por lá. Becos e vielas pararam por dia, colocando a comunidade no mapa pro mundo.
O feito rendeu até uma estátua de bronze em tamanho real do “Rei do Pop”, feita pelo escultor Ique Woitschah, em 2010. De lá pra cá, a passagem naquela que é a “Laje do Michael Jackson” se tornou um dos pontos turísticos mais visitados da região, por onde também já passaram a cantora Madonna e Hugh Jackman.
As casas coloridas são um projeto, o Favela Painting, desenvolvido pela dupla de artistas holandeses Jeroen Koolhaas e Dre Urhahn – conhecidos como Haas&Hahn. A Praça do Cantão e 34 casas ao redor foram pintadas por jovens, bem na porta de entrada do local.
De lá, o turista pode ir ao Mirante do Pedrão, que fica na estrada que dá acesso ao alto da comunidade Santa Marta, na Rua Oswaldo Seabra, em Laranjeiras. Ele tem uma das vistas mais bonitas da cidade, para a Baía de Guanabara, Botafogo, o Pão de Açúcar e Niterói. Seguindo a trilha, consegue ver a Lagoa, os morros do Dois Irmãos, a Pedra da Gávea, o Corcovado e o Cristo. Quem nunca foi agora tem um motivo extra para ir; e quem já foi pode voltar. O espaço foi revitalizado e ganhou mais estrutura para receber visitantes. Você pode aproveitar essa vista, ouvir um samba e aproveitar um dia tipicamente carioca! Com a modernização, o espaço recebe um food truck e eventos de samba e pagode de acordo com a programação disponibilizada nas redes sociais.
A favela também tem um bondinho/teleférico para conhecer o território, que foi reformado ano passado, com um espaço de lojinhas para quem passar por lá.
#UmCriaPraGuiar:
Para informações sobre o local e visitas guiadas: @saletetour/ @favelasantamartatour.
ROCINHA
É um mundo! Por anos conhecida como a maior favela da América Latina, a Rocinha está na mente dos cariocas e de todos os brasileiros. Pela sua grandeza, alcançou proporções relevantes em todas as esferas.
Na história, a origem de seu nome se dá pela antiga Fazenda Quebra-Cangalha, dividida em pequenos latifúndios, que aproveitavam o espaço para comercializar produtos para a feira da Praça Santos Dumont. E de onde eram os alimentos? “Da Rocinha”, no alto da Gávea. Nas décadas de 1930 e 1940, um circuito automobilístico fez da região cenário para o que seriam atualmente as corridas de Fórmula 1. Não é uma riqueza de história?
Dando salto no tempo, os atrativos culturais da favela são a Laje da Mulher Maracujá, a Porta do Céu e o bar Mirante Rocinha, de onde é possível se deixar encantar com os já conhecidos Cristo Redentor, Pão de Açúcar, Lagoa Rodrigo de Freitas e alguns bairros da zona sul do Rio de Janeiro – além de ver partes da Baía de Guanabara – de um ângulo especial. No cardápio, a gastronomia contemporânea e uma lista de drinks refrescantes!
Para conhecer: @mirante.rocinha.
Descubra a Magia da Porta do Céu, na Rocinha.
Em meio às vielas e becos da Rocinha, um lugar especial espera por você – a Porta do Céu. Uma laje na parte superior do morro oferece uma vista panorâmica da cidade, é como uma moldura enquadrando a beleza do Rio de Janeiro. Debruçada sobre a paisagem deslumbrante, a porta nos presenteia com uma perspectiva única da Cidade Maravilhosa.
#UmCriaPraGuiar:
Para informações sobre o local e visitas guiadas: @gilmarjuniorfernandes /@ocanjicatour /@pedroleo.tour
FAVELA PEREIRA DA SILVA
Uma favela dentro de uma favela? É a maneira artística e lúdica que vem lá da Favela Pereira da Silva, entre os bairros de Laranjeiras e Santa Teresa, que ficam na zona sul.
Conhecido popularmente como ‘Morro do Pereirão’, o local atual onde se encontra a comunidade era, antigamente, uma fazenda, nos idos do século XIX. O que começou com apenas poucas famílias, com o passar dos anos, deu lugar a uma região que hoje é densamente povoada.
Para dar vazão e mostrar a riqueza artística do local, nasceu o Projeto Morrinho, uma galeria a céu aberto que retrata a vida e cultura local em miniaturas coloridas. Nos mínimos detalhes, o cenário impressiona pelas mãos de que o faz: jovens talentosos, que utilizam sucatas e materiais reciclados para construir verdadeiras obras de arte.
Instagram: @projetomorrinhooriginal
#UmCriaPraGuiar: Para informações sobre o local e visitas guiadas: Favela Walking Tour
BABILÔNIA E CHAPÉU MANGUEIRA
Vizinhas, as favelas Chapéu Mangueira e Babilônia ficam no bairro do Leme, zona sul do Rio de Janeiro, e compartilham o mais bonito da natureza que envolve toda a cidade. De um lado, o mar; do outro, o Morro da Urca. Apenas 200 metros as separam da orla, numa caminhada que também pode levar diretamente ao Pão de Açúcar.
Apesar da pouca distância entre cada uma delas, as duas apresentam características que a fazem ser únicas, cada uma a seu modo e espaço. O Chapéu-Mangueira, por exemplo, teve origem a partir da chegada de trabalhadores urbanos, com forte ativismo durante os anos da ditadura e formação de associações de moradores. Já a Babilônia figura na lista de favelas do Rio com uma das mais antigas, com base rural e formada, originalmente, por moradores das regiões Norte e Nordeste do país.
Respeitando a diversidade de suas trajetórias, as duas comunidades fazem do Rio um lugar ainda mais plural e de encontro, como o Bar do David, no Chapéu Mangueira, espaço que exalta o acolhimento para moradores e visitantes. Da cozinha, o sabor da comida caseira é a estrela, preparada com tempero que faz história pelo carinho com que é feito. Além da gastronomia, o bar também se tornou um ponto para artistas locais, com apresentações de rodas de samba e artistas ao vivo, sempre propiciando um clima de prazer aos que visitam.
E se comida é o que nos une, as duas favelas dão exemplo de como saber aproveitar todos os alimentos. Com a iniciativa Favela Orgânica, quem passa pelas comunidades pode conhecer uma outra abordagem sobre consumo consciente, gastronomia alternativa, compostagem caseira e hortas em pequenos espaços. O projeto, criado pela cozinheira Regina Tchelly, já levou suas oficinas e palestras para diversos estados do Brasil, além de países como França, Itália e Uruguai.
O visitante também pode conhecer a Trilha do Morro da Babilônia, em que leva cerca de 2 horas para completar o trajeto ao longo de 1,2 km. A sinalização interna é completa e a orientação é fácil. Essa trilha traz uma boa oportunidade de conhecer o estilo de vida da comunidade.
Instagram: @bar_dodavid
#UmCriaPraGuiar:
Para informações sobre o local e visitas guiadas: @amastourbabichapeu
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