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O jornal O Globo anuncia anualmente  os vencedores do Prêmio Rio Show de Gastronomia 2024, que festeja os restaurantes e chefs que se destacaram no último ano. Confira abaixo, com resenha do Globo:

 

Melhor Chef: João Paulo Frankenfeld (Casa 201)

O local é discretíssimo, quase perfil de um restaurante secreto, daqueles que a boa fama corre à boca miúda (mas gulosa). Não por acaso: a Casa 201, no Jardim Botânico, é um espaço único, do bonito salão ao apuro do serviço, mas, principalmente, pela qualidade da cozinha de João Paulo Frankenfeld, talvez um dos chefs mais completos da cidade. Praticamente todos os ingredientes usados no preparo dos pratos é feito ali mesmo, no segundo andar. Queijos, embutidos, mostardas, pães, chocolates, sorvetes: tudo sai das mãos desse carioca de 40 anos, que quando jovem queria ser jogador de basquete. Acabou trocando a bola pelas panelas e indo estudar no Instituto Paul Bocuse, na França. Depois, ficou por dez anos em cozinhas estreladas de Paris, Lyon, Versalhes… Ao voltar para o Rio, continuou em território francês: assumiu o posto de head chef de cuisine da escola Le Cordon Bleu. Numa jogada de mestre, decidiu apostar no voo solo.

Aberta em maio de 2023, com enxutos 20 lugares, a Casa 201 trabalha com menu degustação de dez etapas (R$ 590, mais R$ 380 se harmonizado), que muda a cada três meses. Os aperitivos que abrem os trabalhos no cardápio de inverno dão um panorama do que está por vir: tartellete de mexilhão com emulsão de ostra e bourguignon crocante. Na sequência, surpresas como o nhoque de beterraba com pato defumado, macadâmia e molho de queijo de cabra; e barriga de porco crocante com milho defumado, ervilhas, batatas e molho de mel com cacau. O entremet de goiabada com queijo e pistache e o trio de petit four encerram a festa digna de Babette. Coisa de craque.

Endereços: Rua Lopes Quintas 201, Jardim Botânico

Horário: Ter a sáb, às 20h.

Telefone: 96707-0201

Rede social: Instagram

 

Chef Revelação: Vanessa Rocha (Maria e o Boi)

Vanessa Rocha é de Guaratiba, filha e neta de pescador e de mãe quituteira das boas. Deu no que deu: logo cedo tomou gosto pela cozinha, pelas receitas, pelas pesquisas. Há 13 anos é meio “mãe” do quarteto Erik Nako, Luiz “Petit” Santos, Cristiano Lanna e André Korenblum, que tocam juntos Pabu, Baduk, Ko Ba e Maria e Boi. Quando abriu, este último era “a casa de carnes” do grupo, mas acabou dando uma guinada em direção à culinária brasileira quando Vanessa tomou as rédeas. “A ‘mamuska’ sempre nos surpreende. Dia desses incluiu no cardápio o damorida, um tipo de moqueca de peixe com tucupi típico de Roraima que nunca tínhamos ouvido falar”, conta Luiz Santos.

No Maria e o Boi, que tem indicação de Bib Gourmand Michelin, é possível fazer um passeio sem turbulências pela mesa brasileira, com releituras certeiras. A carne continua forte: para beliscar, opções como a carne de onça (R$ 64), receita curitibana que é uma espécie de steak tartare com maionese, broa de milho, tutano de wagyu e queijo coalho grelhado (R$ 48), com vinagrete de cogumelos, hortelã e amendoins caramelizados. De principal, parmigiana do sertão (R$ 89), uma carne de sol com queijo coalho, tomate e purê bem “queijudo”, ou peito de boi à oswaldo “quase” aranha (R$ 82), com alho frito, arroz, farofa e fritas. No almoço de segunda a sexta, há executivos (a partir de R$ 57), com entradinha, mignon ou peixe e dois acompanhamentos. Finalize com o manjar de coco com cocada de manga (R$ 37), hors concours entre as sobremesas.

Endereços: Rua Maria Quitéria 111, Ipanema

Horário: Seg a qui, das 12h às 23h. Sex e sáb, das 12h às 23h30. Dom, das 12h às 22h.

Telefone: 3502-4634

Rede social: Instagram

 

Prêmio Especial 100 anos: Confeitaria Colombo

No início do século passado, as galinhas usadas no recheio da coxa creme, sucesso absoluto entre os salgadinhos da Colombo, eram entregues vivas no Centro da cidade. Problema nenhum: o imponente prédio, um símbolo da Belle Époque carioca, dispunha de um galinheiro na cobertura para acomodar as galináceas, que (antes de entrar na faca) eram tratadas ali a pão de ló. Esse, aliás, era um dos doces preferidos do escritor Machado de Assis, um dos ilustres frequentadores. Salgadinho? Gostava do folhado de queijo e presunto. Já Olavo Bilac se fartava com os camarões recheados.

Cento e trinta anos depois, a serem completados em setembro, as atrações seguem em linha, e a Confeitaria Colombo, em ótima forma. Só em julho foram duas mil pessoas por dia, conta Rodolfo Assis, atual gestor da casa. Além de desfrutar do tradicional chá rio antigo (R$ 124, para dois), boa parte do público vai para garantir uma boa foto no instagramável salão art déco com espelhos belgas, móveis de jacarandá e balcões de mármore de Carrara, tudo emoldurado por uma claraboia de vitral. O cardápio se adaptou aos novos tempos, e os clientes podem escolher entre viajar ao passado com a famosa coxa creme (R$ 25,90) e o camarão empanado (R$ 41,90) ou se render a novidades como hambúrguer com cheddar, cebola caramelizada, bacon e fritas (R$ 63,90) ou milanesa de porco com maionese de batata (R$ 79,80), para tudo se acabar num mil-folhas de creme (R$ 19,90). Um clássico, como a casa.

Endereços: Rua Gonçalves Dias 32, Centro

Horário: Seg a sáb, das 11h às 18h.

Telefone: 99609-7780

Rede social: Website

 

 

Melhor Custo Benefício: Toto

É o primeiro restaurante solo e autoral de Thomas Troisgros, que, não por acaso, foi batizado com o apelido carinhoso dado pelo seu avô Pierre Troisgros, o patriarca desse clã de grandes cozinheiros. Com poucos meses de funcionamento e muitos elogios acumulados, o Toto tem preparos inventivos e de qualidade servidos em ambiente simples e com preços convidativos. O menu traz receitas afetivas não só de família, mas também de amigos e de coisas que o chef comeu e gostou mundo afora.

No salão de poucos adornos, com um janelão voltado para a cozinha aberta, já virou hit o coração de galinha (R$ 46) com molho de ostra, pimenta-de-cheiro, coentro e gengibre — revival de prato do chef José Hugo Celidônio, que conheceu Thomas pequeno. Outras opções para compartilhar são os guiozas de costela assada (R$ 30, com quatro unidades), com molho ponzu e agrião, e as asinhas de frango douradinhas, com molho agridoce de laranja (R$ 36). Há 12 opções entre os principais, com destaque para o prime rib suíno à milanesa (R$ 88), que vem com maionese de raízes, e o pappardelle fresco com ragu de carne (R$ 66).

Para adoçar, a musse de chocolate (R$ 30), em porção generosa, é das melhores em cartaz na cidade. Subindo um andar, onde Thomas comanda também o Oseille, a coisa muda de figura: ali ele recebe com menu degustação de receitas autorais com técnicas da alta gastronomia… francesa, bien sur.

Endereços: Rua Joana Angélica 155, Ipanema

Horário: Diariamente, do meio-dia à meia-noite

Telefone: 97621-4097

Rede social: Instagram

 

Melhor Contemporâneo: Lasai

Melhor Francês: Didier

Melhor Português: Gajos D’Ouro

Melhor Asiático: Si-Chou

Melhor Brasileiro: Sofia

Melhor Japonês: San Omasake

Melhor Italiano: Cipriani

Melhor Carne: Giuseppe Grill

Melhor de Peixe e Frutos do Mar: Satyricon

Melhor Vegetariano: Brota

Melhor Pizzaria: Ferro e Farinha

Melhor Bar: Nosso

Melhor Boteco: Suru Bar

Melhor Doce: Absurda

Melhor Café da Manhã: Dainer

 

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