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A contagem regressiva também começou na Série Ouro! As Escolas de Samba que lutam pelo tão sonhado acesso ao Grupo Especial em 2027 já revelaram seus sambas-enredo para o Carnaval 2026, e a emoção está no ar. Entre os dias 13 e 14 de fevereiro, a Marquês de Sapucaí será palco de grandes histórias. Prepare-se para conhecer os hinos que vão embalar o coração da Avenida e mostrar a força da Série Ouro!

Confira a letra completa de cada agremiação conforme a ordem de desfile:

Unidos do Jacarezinho 

Enredo: O ar que se respira agora inspira novos tempos.

Autores: Paulinho Bandolim, Tomate Show, Rodrigo Jacopetti, Bruno Dallari, Godoi, Guto Cachaça, Dodô Ananias e Rafa Cria.

LETRA

O vento que soprou no Turano anuncia:
Lá no morro nasceu outro cria.
De repente, mais uma poesia…
Por “andar aí”, viu Geraldo e Magalhã,
Fez dos versos sua arma de batalha,
Com cavaco e repique…
Herança de Arlindo, Guineto e do Cacique.
Cantando a vida… sambista imortal!
No Jacarezinho deu nó na tristeza
E fez da vida carnaval!

A voz do morro é quem diz,
Um bamba sabe de cor:
“Pilares” dessa raiz,
O teu orgulho maior.
Torrão amado, te fez gente como a gente,
Nem melhor, nem pior — apenas diferente.

Pintou de rosa e branco a inspiração,
Do ventre que desperta a criação.
Batizado pelos menestréis…
E salgueirense da cabeça aos pés!
Revela para os palcos brasileiros
O talento verdadeiro
De quem deixou acontecer naturalmente.
São novos tempos e a trilha é o amor,
Legado que Dozinha guiou.
Patente alta do samba!
Plantou a semente de bamba.
Teu coração radiante não deixa negar:
É Deus quem aponta a estrela que tem que brilhar!

Sapucaí vai tremer quando a sirene tocar…
Jacarezinho, taca fogo no conga!
Vai ter pagode e samba-enredo nessa festa,
Chama Xande de Pilares pra ser coroado na favela!

 

Inocentes de Belford Roxo

Enredo: Um sonho de um tal pagode russo, nos frevos do meu Pernambuco.

Autores: Rafael Gigante, Vinicius Ferreira, Lucas Macedo, Charles Silva, Cabeça do Ajax, Alessandro Crespo e Bira

LETRA

Num remelexo que é de cair o queixo

Solta o fole, abre o fecho

Que o frevo vai começar

No bole bole tem que ter a cara dura

Quando a mão vai na cintura

O corpo chega arrepiar

Virou fofoca tremendo disse me disse

Cá nas bandas do Arrecife

A quadrilha do Czar

Uma indecência… despertando uma Querência

Eu não minha inocência resolvi experimentar

Era gente dançando daqui

E o russo cantando de lá

Misturou polca com côco

Quero ver não se entregar

Era o russo cantando de lá

E a gente dançando daqui

Balalaica vai chorando

E o triângulo a sorrir

O cais tremeu com a zoada arretada

Virou valsa embolada, a sanfona ao luar

Na praça, virou festa e cantoria

Feito chuva em São João

Foi-se o povo na folia.

Tinha retrato e promessa no baú

Beijo danado que veio do sul

Mas o cabra se avexou, pôs-se o barco e partiu

Tão Inocente, Belford Roxo descobriu

Que Rússia nada, isso é Recife meu Brasil

Samba meu povo, que a emoção não tem fim

No fervo do frevo, o destino sorri pra mim

Chegou a hora de apostar nessa virada

Canta Caçulinha da Baixada

União do Parque Acari

Enredo: Brasiliana

Autores: Moacyr Luz, Fred Camacho e Gustavo Clarão

Sou eu, Brasil
Da retinta matriz africana
Ascendente que a arte proclama
No palco do meu carnaval
Descerrada a cortina
A dança ilumina ao terceiro sinal
É o samba de novo, e a força do povo
A estrela divina, negra bailarina
Quitutes e cores, Maria Baiana
Acordam tambores! Desperta Aruanda!

Ibarabo o terreiro ganhou platéia
Ecoou o batuque dos ancestrais
Quem consagrou foi Joãozinho da Goméia
Rei Nagô, resistência dos rituais

É farra do côco, ladainha
Cenários, ensaios, livraria
Tem frevo rasgado de sombrinha
Musical Dramaturgia
Calunga, Maracatu, louvado seja Exu
Bahia de felicidade
Ninguém calou nossa voz, a história fala por nós
Requintes de Brasilidade
Lança teus “Caboclos”
Que o amor se manifesta
Desce a ladeira!
Zum zum zum tem capoeira
Gira mundo e faz a festa

A ribalta alumiou
Nossa trupe vai passar
Preto velho abençoou
O legado popular
No cordão de Acari
Ela é soberana
O teatro é aqui
Viva Brasiliana

LETRA 

Unidos de Bangu 

Enredo: As coisas que mamãe me ensinou 

Autores: Dudu Nobre, Junior Fionda, Marcelinho Santos, Binho Teixeira, Laura Roméro, Júnior Falcão, André Baiacu, Geraldo M. Felicio, Valtinho Botafogo, Gilsinho da Vila, Fábio Bueno, JV Albuquerque, Jonas Marques e Juca

LETRA

Porteira aberta ao chão de Madureira

A bênção que nos deu Papai do Céu

Acordes da menina pioneira

Caminho de Exu, Vila Isabel

Retinta poesia em humildade

Necessidade de aprender e conquistar

Ainda mais nesse Brasil que se segrega

Eis que ela congrega o preto e seu lugar

Nem todo choro é pranto

Nem todo não é o fim

Um encanto na vitrola

O chorinho ao bandolim

Liderança foi escola

Um alerta de amor

São coisas que mamãe te ensinou

Dos atabaques, percussão foi a magia

Se nos chamam minoria, poesia militante

É nesse instante que a mulher assume a rédea

Faz da história enciclopédia

Faz do voto seu levante

Vi a paixão regar a árvore frondosa

Num palácio verde e rosa

Florescer e inspirar

Pra resistir feito Ciata e Dandara

Nossa gente, Odara, vem te saravá

Chama o morro do Pau da Bandeira, ôôô

Traz cavaco, pandeiro e tantan

Se a preta é rainha, é lá de Mangueira

Tem samba até de manhã

Ogunhê, meu pai Ogum

Epahey Oyá

Bato cabeça pra saudar seus orixás

Por um “mundo” mais igual

Firma na palma da mão

Axé, Bangu… Axé, Leci Brandão

 

Unidos de Padre Miguel

Enredo: Kunhã-Eté: O Sopro Sagrado da Jurema

Autores: Thiago Vaz, Jefinho Rodrigues, W.Correa, Richard Valença, Miguel Dibo e Cabeça do Ajax

LETRA

Quem vem lá é a Unidos de Padre Miguel

A chama da ira terrena que evoca o sagrado do céu

Girando inicia o Toré, herança dos meus ancestrais

O passo marcado, nas mãos maracás

Virado no meu Juremá

Xamã revelou a missão

A mata é de Clara Camarão

Kunha Eté, sobrenome resistir

Sangue urucum as margens do Potengi

Mãe d’água (mãe d’água) desperta a fina flor

Poti, Potiguara em nome do amor

Quando ecoa o tambor, vibra a alma da floresta

Nesse solo de guerreiros, o corpo se manifesta

Firma o pé, empunha a lança, que a justiça vem a tona

A nossa tribo avisa:

Essa terra aqui tem dona!

Nativa, lidera mulheres em tantas batalhas

Muralha invisível que o tempo despiu

Brasil, na tua Jurema que habita o sacrário

Leão é invasor, Rei é o povo originário

Eh cabocla da pele morena

Tem doçura, tem encanto, no entanto não tem pena

Das águas sagradas aos seres de luz

Entrego o caminho a quem me conduz

É “clara” essa força que faz ir além

Incorporada no povo da Vila Vintém

Vai meu Boi Vermelho, honre a tua história

E seja a flecha viva da memória

Quantas vezes for preciso, haverá renascimento

Pra que a verdade não caia no esquecimento

 

União da Ilha do Governador

Enredo: Viva o hoje! O Amanhã? Fica pra depois! 

Autores: Wagnão, Rony Sena, João Vidal, Vinícius Moro, Renan Diniz, Paulo Beckham, Jotapé e Gigi da Estiva

LETRA

Hoje mirando o horizonte

Eu vi uma terra pra lá de estranha

Olhos vidrados no céu, moderna babel

Que loucura tamanha

Será que mensageiro desse caos sou eu?

Ou esse povo ainda não entendeu

Que a fé no porvir não muda o agora

Acreditar que tudo vai se acabar

Só deixa o mundo de pernas pro ar

Então não se culpe e só se preocupe ao chegar a hora

Descobri o Rio de Janeiro bon-vivant

Rebuliço carioca dura até de manhã

Poesia nas calçadas, festa boa, batucada

Partideiro versejando pelas madrugadas

Ao longe também, eu vivi fevereiro

Fiquei encantado com tantos cordões

Pra fazer história então fui enredo

Meu sonho era estar entre os foliões

Perder o juízo, pra mim nunca foi opção

Mas sei que é preciso um rastro de inspiração

Viva o hoje! Esqueça o depois de vez

Esse é meu conselho a vocês

Ilha, te entrego com carinho o meu diário

Lições dessa jornada que bendiz

Ser presente é o segredo para ser feliz

Coração insulano bate dentro do peito

Aprendi a te amar, agora não tem jeito

Um dia eu volto pra te ver, meu grande amor

União da Ilha do Governador

 

Acadêmicos de Vigário Geral

ENREDO: Brasil Incógnito: o que os seus olhos não veem, a minha imaginação reinventa

AUTORES: Verônica dos Tambores, Junior Fionda, Marcelinho Santos, Junior Falcão, Flavinho Avelar, Geraldo M. Felício, Camila Lúcio, Gilsinho da Vila, Rogério Máximo, Rafael Gonçalves, Soares do Cavaco, Antônio Neto e Davison Jaime

LETRA

Se a canoa não virar, olê olá

Meu recado vira samba e carnaval

Chega ao destinatário

O meu grito libertário

Vigário Geral

Sou eu teu canibal e remetente

Nessa carta incoerente

Vim lembrar do que passou

Aporto nesse mar de atrocidade

Pindorama insanidade

Que desvenda o Invasor

A tinta da história que insistiu me decifrar

Um Bicho de arco e flecha a devorar

Os livros, ao contar que fui escravo do passado

Um filho de tupã catequizado

Tomaram terra…e me forçaram misturar

a pele preta, a coroa, o cocar

Deixa o chão tremer eeô

Que mata a dentro a cobiça reluziu

Qual é meu nome ora pois

A força, o sangue de nós dois

Debaixo de pau, Brasil

Ao ler que minha fome de saber se alimenta

Degusta o verbo te supera e reinventa

Devo sentir que a transgressão te causa dor

Se me criou sabia um dia quais seriam os meandros teu Deus de pedra não põe medo em meus malandros

E teu sagrado insiste em vilipendiar

Vixe Maria! Cabra da peste arretada é Betinha, a devoção da minha gente encarnada

A eterna fome de prazer me consumiu

Se festejar é minha sina

A Vera Cruz quem te assina

E te entregue a tua pátria que pariu!

Botafogo Samba Clube

Enredo: O Brasil que floresce em arte. 

Autores: Diego Nicolau, Samir trindade, Marcelo Adnet, Fabrício Senna, Binho Simões, Mauricio da Pizzaria, Gabriel Machado, Gilsinho da Vila, Rodrigo Escócia, Cláudio Emiliano, Edu Botafogo, Liane Harmonia, Denis Moraes, Tange Botafogo, Juca, Laura Romero, Piter Fogoró, Pinóquio do Cavaco e Jefferson Oliveira

LETRA

Tão natural quanto o tom da natureza
Relicário de beleza
O abstrato
Nas telas, seus pincéis cheios de vida
Em alma colorida que retrato
E foi assim
Da arte, seu talento fez pra mim
Imaginária fonte de inspiração
Inovadora criação
O dom criou as calçadas imortais
Nas curvas de delírios tropicais
O traço que encanta e cativa
Viva a natureza viva!

 Vai, vai voar
Pousa na vitória-régia
Pra encontrar o cerrado dos ipês
Mandacaru é a flor que nasce onde mais seca
A aquarela mais perfeita de meu Deus

 Vem contemplar as bromélias
A sutileza coloriu meu Pantanal
Em todo canto desse meu Brasil menino
Diversidade sem igual
Cada flor que você protegeu
Cada espécie que catalogou
É mais que moldura, maior que o gesto
É manifesto de amor
Botafogo Samba Clube
Vem cantar, é carnaval
O teu legado é patrimônio mundial

Vamos semear o bem como o mestre ensinou
Entreguei meu alvinegro pra você encher de cor
O amor floresceu, nesse lindo jardim
História que não vai ter fim

Arranco do Engenho de Dentro

Enredo: A Gargalhada é o Xamego da Vida

Autores: Gaia da Cuíca, Marcelo Vieira, Ricardo Ferreira, Sampaio Imóveis, Victor Gimenes e Yuri Branco

A alegria tomou conta de mim

Rufem tambores pra anunciar

Sou eu Falcão pairando em trampolim

No circo da ilusão brilhar

Ó, Guarany!

Da arte, alforria pra resistir

A pretitude às bençãos do Rosário

A trupe em família se consagrou

Deixa o legado:

Ser palhaço é revolucionário

Ê, chamego num xote pra lá de bão

Reina amor no coração

Vem cheio de graça

Com seu par, chamegando aqui e acolá

No picadeiro, nosso altar

Será que ela é homem

Ou ele é mulher?

Será que isso importa? Pois é…

Não é Benjamin,

Carlitos não é

O nome é Maria

Aplauda de pé

E assim, quando a dor torturar

A camélia secar, sorri

Ainda que a lona desbote

A Estrela não morre, sorri

Artista-mãe que nos inspira

Não é delírio, é fantasia!

Nas encruzilhadas da felicidade a sambar

Não tem corda bamba que faça meu riso tombar

Dou gargalhada feliz da vida

O meu Arranco é Xamego na avenida

História de garra, coragem e fé

De tantas Marias, de toda mulher

 

Império Serrano

Enredo: Ponciá Evaristo Flor do Mulungu

Autores: Hamilton Fofão, Dudu Senna, Leandro Maninho, Cláudio Russo, Lico Monteiro, Jorginho da Flor, Silvio Romai, Marco Aurélio, Victor Mendes, Mateus Pranto e Gabriel Simões.

LETRA

Sou eu, a Flor do Mulungu

Brilham os olhos d’Água! Orayeyê! É de Mamãe Oxum!

Sou Ponciá Consagrada

Entregue às palavras

E ao axé das ancestrais

Se tempos atrás

Ecoavam vozes do porão

Hoje reescrevo a história

poesia a despertar nas pretas mãos

Nos becos da minha memória

Meu verbo é ouro de aluvião

Meu verso é barro de artesão

Pra Folia de Reis, chamo vô e chamo tio

Na Folia de Reis, vou vivendo por um “fio”

Ô lê lê, lá vem batuque, pra congada começar

Angorô, vira menino! Angorô, não vou virar!

Não é fácil emergir nesse contraste

Benevuto, a maldade, não quer me ver sorrir

No refúgio desses becos e vielas

De mãos dadas com Sabela

Eu só quero ser feliz

O Rio que me acolheu me ensinou também a florir

Vi muita gente de lá no rosto negro do povo daqui

Sou eu quem dá voz à caneta que silencia o fuzil

Me torno imortal no Livro Brasil

Malungo! Que Negro- Estrela possa ser reconhecido

Sem o choro de um futuro interrompido

Por todo preto, escreviver!

“A gente combinamos de não morrer!” (Combinamos de não morrer!)

Chamei Maria, preta velha jongueira…

Vovó Joana, pra benzer Madureira 

Busquei Ivone pra matar essa saudade 

O negro é raiz da liberdade!

É Kizomba de preta literatura!

É escrita sem censura no Império a florescer!

Casa de Preto também é Academia

Serrinha… Ponciá Yalodê!

 

Estácio de Sá

Enredo: Tata Tancredo – O Papa Negro no Terreiro do Estácio

Autores: Luiz Antônio Simas, Júlio Alves, Thiago Daniel, Magrão do Estácio, Tinga, Marquinhos BF, Diego Nicolau, Adolfo Konder, Totonho, Dilson Marimba, HB, Juninho do Estácio e Cláudio Russo

LETRA

Oh, Tata!

Traz a guia de miçanga

Pra quem é da nossa banda a demanda enfrentar

Oh, Tata!

Salve a linha de umbanda e a bandeira de Oxalá

Naquele tempo de malandro e meganha

Eu usei lata de banha pra fazer o instrumento

Ensinamento pro São Carlos que subia

A ladeira todo dia encarando o regimento

Tancredo, guardião e testemunha

O primeiro fundamento da curimba e da mumunha

Atabaques no terreiro, na porteira o guardião

Uma vela no cruzeiro, duas velas pro Leão

Chegou general da banda, azeitado no dendê

Na cangira galo canta, Cantagalo eu quero ver

Vai, nas ondas do mar

Yemanjá ganhar presentes de fé

Todo povo da cidade num só canto

Contra o quebranto firma no batuquejé

Ao papa negro, mandingueiro, de arerê

Quem é de santo, veste branco e vai dizer:

Coisa de acender, pemba de riscar

Folha e feitiço pra cura

Coisa de acender, pemba de riscar

Banho de folha e feitiço pra curar

Macumba é macumba, cangerê, mojubá

Macumba é macumba, firma ponto no gongá

Kolofé, saravá Omolokô

No terreiro de Tancredo a Estácio incorporou

União de Maricá

Enredo: Berenguendéns e Balangandãs

Autores: Babby do Cavaco, Rafael Gigante, Marcelo Adnet, Hélio Porto, Jefferson Oliveira e André do Posto 7

Nêga da ladeira do Pelô

Tens o som de Salvador

E a magia que fulgura

Revolucionar é seu papel

E a arte do cinzel

Tu carregas na cintura

Junto ao tabuleiro nas manhãs

Há o sonho das irmãs que anseiam liberdade

Ecoa toda Nzinga de Matamba

A mandinga e a demanda

Realeza, identidade

Balanço que lembra meu adarrum

Na armadura de Ogum, memória ancestral

Adorno que guardo no meu ilê

Herança dos Malês

É forja do metal!

Santa luz da rebeldia que moldou o Livramento

Somos jóias da princesa, filhas do empoderamento

Penduricalho, que te entrego de lembrança

Guarda a fé, o fogo e o talho, resplandece a esperança

Eu peço aos meus orixás

E entrego todo axé

A nega pode e vai ter o que quiser

Tantas pretas consagradas

Meu espelho com orgulho

E a quem renega a mulherada:

Vá dormir com esse barulho!

Balangandãs, berenguendés

Canta Maricá o que a baiana tem

Pertencimento que reluz no amuleto

Claro, tinha que ser preto!

Porto da Pedra

Enredo: Das Mais Antigas da Vida, o Doce e Amargo Beijo da Noite

Autores: Bira, Rafael Raçudo, Oscar Bessa, Márcio Rangel, Eric Costa, Fernando Macaco, Miguelzinho, Jarrão, Rafael Gigante, Vinicius Ferreira e Pierre Porto

LETRA

Dama do luar e cabaré

Quem ousa enfrentar a força da mulher?

Meu corpo, encruzilhada de mistérios

Na boca, minha língua, uma navalha

Caminho para o céu e o cemitério

Na esquina, o feitiço que gargalha

A ninfa divindade do erudito

Libido que te leva ao infinito

Sou Geni que se libertou

Fiz um porto da pedra que você jogou

Eu vim de longe para lhe satisfazer

Meu ofício vem do vício que alimenta seu prazer

A preferida da realeza e do cais

Conheço o chão das promessas que o homem faz

Parceira no amor, transveste sedução

Musa do escritor, veneno e salvação

Também sou moça e de família

Mãe e filha, meu sustento vem da luta

Uma puta mulher, que sabe o que quer

Em casa, na cama, na rua

Dona de mim, vestida ou nua

O preço da vida quem sabe sou eu

Preserve seu corpo, meu bem, ao encontro do meu

Sou da chama a centelha na vermelha luz

Minha sina se assemelha à dor da Vera Cruz

Tenho a garra e a certeza

Sou o que eu queria

Tigresa que mata um leão por dia!

Unidos da Ponte

Enredo: Tamborzão – O Rio é baile! O poder é black! 

Autores: Chacal do Sax, Gustavinho Oliveira, Marquinhos Beija-Flor, Gabriel Simões, Faustino Gravino, Brayan Sá, Valtinho Botafogo e Mateus Pranto

LETRA

É dia de baile na comunidade

Só os de verdade vão colar comigo

Lancei o nevou, a tropa aprovou

O corte na régua é o estilo

Quem tenta me incriminar

Adora me imitar

Se minha moda pra você

Tem valor comercial

Meu passo, minha ginga e batida

São denúncia, botam dedo na ferida

Pra periferia, orgulho ancestral

Pega a visão, meu irmão

Não venha afrontar, fechar na vacilação

A gente vai bater de frente e o baile vai rolar

Tenha consciência que o pobre tem o seu lugar!

Vai, varar a madrugada até o dia amanhecer

O nosso morro tem voz e poder

É dia de graça pra tantos irmãos

Vem botar abaixo a segregação

Nossa arte estampa os muros

Tem charme no viaduto

Ninguém resiste ao nosso som

O povo nos consagrou e não se vendeu

Liberta DJ, a favela venceu!

Pra cada MC revolucionar

E mostrar que o funk nunca vai acabar!

Não sou de mandar recado, sou cria de Meriti!

Não sou de mandar recado, sou cria de Meriti!

Aqui é som de preto! Com orgulho, favelado!

O baile da Ponte é na Sapucaí!

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