Observar o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, a Lagoa Rodrigo de Freitas e alguns bairros da zona sul do Rio de Janeiro. Tudo isso ao degustar uma gastronomia contemporânea com assinatura de chef e um bom drinque. Imaginou? Pois esse cenário é o Mirante Rocinha, um ponto de observação privilegiado (e gratuito) com um bar homônimo, com acesso pela Estrada da Gávea, na localidade 199. O Mirante fica a oito minutos do Shopping da Gávea, com fácil acesso pela Zona Sul por meio de ônibus, vans e táxis, que deixam o público em frente. Mas não acaba aí: a chegada do polo turístico está redesenhando o cenário de lazer da comunidade, já que os empresários, criados na Rocinha, iniciaram a reforma da Praça Vila Cruzada e do campo de futebol, ambos ao lado do Mirante.
A ideia da criação do polo veio do Paulo Roberto Costa, dono do hostel Roupa Feliz, e de outros empreendedores, que trabalham com turismo e produção cultural na Rocinha há mais de uma década, e levou em conta as reivindicações antigas dos moradores. Por isso, a Praça Vila Cruzada passa por uma revitalização completa executada pelo Mirante Rocinha. Grande parte da reforma já foi custeada, mas o grupo busca junto aos órgãos competentes a implantação de brinquedos, uma academia da terceira idade e outros itens que possam beneficiar quem vive na comunidade. O campo de futebol também ganhou atenção: o campinho que era de barro, agora é uma quadra poliesportiva. O mais novo cenário da cultura carioca almeja a chancela da Rio Tour e é autorizado pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro.
O Mirante Rocinha foi projetado com dois andares: o térreo conta um deck com mesas e um bar homônimo, de onde é possível ter acesso à vista gratuitamente. No segundo andar, após a obra de
expansão, haverá um ponto de observação mais alto, com uma escada de acesso ao nível da rua. Os banheiros também serão de livre uso, o que é um diferencial, já que guias e turistas não contam com esse serviço ao chegar para o tour na comunidade.
“O Mirante Rocinha é um projeto em que todo mundo sai ganhando. Tanto o Rio de Janeiro, que terá um novo ponto turístico, cultural e gastronômico, quanto as mais de 20 mil famílias da Rocinha, que hoje não têm um bom espaço de lazer. Ao mesmo tempo, os visitantes chegam à Rocinha querendo saber como é a nossa vivência, então acreditamos que iremos melhorar a visão que os turistas têm da comunidade com uma nova infraestrutura”, diz Renan Alves, produtor cultural e um dos desenvolvedores.
Feira de Artesanato
Além do Mirante, a tradicional Feira de Artesanato, que acontece logo acima, ganha barracas fixas – um velho desejo dos artesãos – e banquinhos para os visitantes. Um pouco acima de onde está localizado o mirante, existe uma feira tradicional de artesanato há 18 anos, mais um motivo pelo qual o ponto cultural sempre atraiu a atenção do público. O projeto social, além de organizar melhor a feira, construiu novas barracas para os artesãos, que sofreram durante anos para carregar suas mercadorias morro acima e abaixo, pois nunca tiveram local apropriado para
guardá-las. Com as novas barracas (fixas), ao fim de um dia de trabalho, essas servem como depósito. No local também estão sendo instalados bancos para o visitantes.
História da Rocinha
A Rocinha é uma comunidade localizada na Zona Sul do município do Rio de Janeiro, e destaca-se por ser a maior da américa latina (IBGE), contando com cerca de 70 mil habitantes (último censo). A região passou a ser considerada um bairro e foi delimitada pela Lei Nº 1 995 de 18 de junho de 1993, com alterações nos limites dos bairros da Gávea, Vidigal e São Conrado.
A comunidade teve origem na divisão em chácaras da antiga Fazenda Quebra-cangalha, produtora de café. Adquiridas por imigrantes portugueses e espanhóis, tornaram-se, por volta da década de 1930, um centro fornecedor de hortaliças para a feira da Praça Santos Dumont, na Gávea, que abastecia a Zona Sul da cidade. Aos moradores mais curiosos sobre a origem dos produtos, os vendedores informavam que provinham de uma “rocinha” instalada no alto do bairro da Gávea. Em 1938, a Estrada da Gávea foi asfaltada, tornando-se o local onde ocorria o “circuito da baratinha”. Na década de 1940, acelerou-se o processo de ocupação por pessoas que acreditavam serem aquelas terras públicas, isto é, sem dono. A partir da década de 1950, houve um aumento de migração de nordestinos para o Rio de Janeiro, direcionando-se em parte para a Rocinha. Nas décadas de 1960 e de 1970, registrou-se um novo surto de expansão, agora devido aos projetos de abertura dos túneis Rebouças e Dois Irmãos, que contribuíram para uma maior oferta de empregos na região. A partir da década de 1970, a comunidade obteve os primeiros progressos, resultado das reivindicações ao poder público, como a implantação de creches, escolas, jornal local, passarela, canalização de valas, agência de correios, região administrativa etc. O primeiro posto de saúde foi criado em 1982, com muito esforço dos moradores, através da iniciativa do padre local, que ofertou, à comunidade, um presente de natal.
É interessante lembrar que a primeira luz não foi elétrica. Diz o povo que um cavaleiro atravessava a Rocinha acendendo os lampiões das pequenas casas. Depois, foram implantadas cabines de energia que faziam a distribuição para as famílias mais próximas. Mais tarde, foram instaladas comissões de luz (bairro Barcelos e Rocinha). A Igreja Católica, em parceria com a pastoral de favelas, pressionou a Light S.A. para implantar energia elétrica nas comunidades e a Rocinha foi uma das primeiras beneficiadas. Em 2010, o bairro ganhou uma passarela de pedestres, a Passarela da Rocinha, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e que liga a comunidade ao complexo esportivo, situado no outro lado da autoestrada Lagoa-Barra. No dia 13 de novembro de 2011, a Rocinha foi cenário de uma grande operação conduzida pelas Forças Armadas do Brasil e pelas polícias do estado. O objetivo foi a retomada do território das mãos dos traficantes de drogas, visando a preparar o terreno para a futura instalação da vigésima oitava Unidade de Polícia Pacificadora da cidade. Em 20 de Setembro de 2012, a comunidade passou a ser atendida pela 28° UPP
com o efetivo de 700 policiais. A comunidade possui 80 câmeras de vigilância para ajudar os policiais na segurança da comunidade.
Gastronomia
Cursos de capacitação
Fortalecendo seu compromisso com a revitalização local, o Mirante está criando parcerias com instituições dentro da Rocinha oferecendo cursos de Inglês para empreendedores do Ramo e jovens que queiram ingressar no ramo turístico na comunidade.
O Mirante Rocinha acredita que a educação é a melhor forma para transformar a realidade local.
Criação de tour e novos pontos turísticos
Estão sendo criados novos pontos turísticos na comunidades, como através da inserção de grafites, placas sinalizadoras entre outros, como objetivo de contribuir para o polo turístico.
Está se organizando a venda de tour para conhecer a maior comunidade da América latina.
Estrada da Gavea, 222 - Gávea
Rio de Janeiro - RJ
22451-265
+55 (21) 3324-0323
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