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O Suvaco, como é carinhosamente chamado pelos seus foliões, anima o carnaval carioca desde 1986 e hoje é considerado um dos responsáveis pela reativação da folia de rua da cidade. O nome surgiu a partir de uma brincadeira que o maestro e compositor Tom Jobim fez, durante uma entrevista bem humorada. Morador do Jardim Botânico, Tom teria dito, na ocasião, que tudo dentro de sua casa mofafa, porque ele morava bem debaixo do “sovaco do Cristo”, num imóvel ao pé do Morro do Corcovado, sob a axila do braço direito da estátua do Cristo Redentor, um dos maiores pontos turísticos da cidade.
Antes do cortejo começar, o surdo, solitário, foi marcado por dez batidas, enquanto os ritmistas fizeram um minuto de silêncio, em memória das vítimas da pandemia que calou o carnaval carioca por dois anos. Para João Avellê, presidente do Suvaco e um de seus fundadores, o Carnaval da Democracia é a retomada de uma história de liberdade, uma das marcas do seu cortejo.
“Voltamos à normalidade. O Carnaval é a festa mais democrática e libertária. Essa é a nossa casa e queremos celebrar sempre a democracia. Aqui, todo mundo pode ser o que quiser, como quiser, mas sempre em paz”, frisou Avellê, que ostentava uma fantasia de Rainha Elizabeth, em homenagem à realeza britânica.
Com um rapaz “infiltrado”, um grupo de senhorinhas, vestidas à caráter, ajudava a multiplicar e a popularizar a presença da realeza europeia na folia do Rei Momo.
“O Carnaval do Suvaco une o que há de melhor. Não importa o território, o continente, aqui somos todos reis e rainhas”, ressaltou Dona Regina.
Vinte baianas da comunidade Santa Marta, em Botafogo, que há mais de vinte anos colorem o desfile do Suvaco com o rodopiar de suas saias, se destacavam no bloco multifacetado.
“Eu me sinto radiante. É um prazer enorme ver de volta a alegria do Carnaval, ver as pessoas com saúde. É tudo de bom”, ressaltou Tia Marta, umas das mais antigas e animadas do grupo.
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